Tarsila do Amaral
Pintora é a cara do modernismo brasileiro
Tarsila começou seu aprendizado
artístico em São Paulo no ano de 1916 com Pedro Alexandrino e J. Fischer Elpons,
seus primeiros mestres em pintura. Em 1920, em Paris, freqüentou a Academia
Julian e a escola de Emile Richard.
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São Paulo, 1924, óleo s/tela, 67 x 90 cm
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Ao retornar a São Paulo em 1922, aproximou-se dos modernistas Oswald e Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti, com os quais formou o Grupo dos Cinco. Novamente em Paris, estudou com André Lothe, Fernand Léger e Albert Gleizes.
Voltando ao Brasil, viajou com Oswald de Andrade e Blaise Cendrars pelas cidades históricas mineiras. Sua primeira exposição individual foi realizada em Paris, em 1926, mesmo ano em que se casou com Oswald. Em 1929, expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 1930, foi nomeada diretora-conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo e, no ano seguinte, expõe no Museu de Arte Ocidental de Moscou. A produção da artista vai diminuindo a partir de 1950, quando é realizada uma grande retrospectiva sua no Museu de Arte Moderna (MAM-SP).
Mesmo sem ter participado da Semana de Arte Moderna de 1922, Tarsila tornou-se um símbolo do modernismo brasileiro. Suas obras são comumente classificadas em três períodos distintos:
·
Fase "pau-brasil"
É também título de um manifesto
publicado, em 1924, por Oswald de Andrade. Nessa fase, existem afinidades de
estilo com a pintura de Fernand Léger, de quem Tarsila foi aluna. Porém não se
trata de captar a vida moderna nem o fascínio da sociedade industrial, como seu
antigo mestre. O que Tarsila pretendia era descobrir e resgatar raízes
brasileiras quer pelo tema, quer pelo colorido.
·
Fase "Antropofágica"
O título dessa fase também foi
adotado por analogia com outro manifesto de Oswald de Andrade. A fase começa em
1928, com a famosa tela "Abaporu". Esses quadros se caracterizavam
pelo exagero das formas anatômicas e por um certo toque surrealista, sem perder
de vista a questão da identidade nacional.
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Abaporu, 1928, óleo s/ tela, 85
x 73 cm
|
·
Pintura social
A terceira fase é posterior a uma
viagem de Tarsila à União Soviética e a mostra preocupada em abordar temas
sociais como o trabalho, a pobreza e a injustiça social. O engajamento político
se traduz, também, por uma pintura mais direta, talvez estilisticamente menos
moderna, mas sempre inventiva.
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Segunda Classe, 1933, óleo
sobre tela, 110 x 151 cm
|
Modernismo
O movimento modernista se baseou
na idéia de que as formas da arte
acadêmica e da vida cotidiana haviam se tornado ultrapassados e que se
fazia necessário criar uma nova forma de arte que rompesse com as regras
tradicionais.
No Brasil, o modernismo tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna de 1922. O evento, que foi organizado por artistas e intelectuais por ocasião do Centenário da Independência, declarou o rompimento com o tradicionalismo cultural na literatura (parnasianismo e simbolismo) e nas artes (arte acadêmica), defendendo um novo ponto de vista estético.
No Brasil, o modernismo tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna de 1922. O evento, que foi organizado por artistas e intelectuais por ocasião do Centenário da Independência, declarou o rompimento com o tradicionalismo cultural na literatura (parnasianismo e simbolismo) e nas artes (arte acadêmica), defendendo um novo ponto de vista estético.
Valéria
Peixoto de Alencar* é
historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de Artes
da Unesp.
Portinari (1)
Um dos mais importantes pintores brasileiros
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Tela de Portinari, intitulada 'Colona Sentada', da coleção Mário de Andrade, em SP
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Um dos pintores brasileiros mais festejados do século 20, Portinari
foi o artista que conseguiu retratar questões sociais sem desagradar ao
governo, aproximar-se da arte moderna européia sem perder a admiração do grande
público.
Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 na cidade de Brodósqui, interior do estado de São Paulo, e morreu em 6 de fevereiro de 1962. Estudou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde foi aluno de importantes artistas, como Rodolfo Amoedo e Lucílio de Albuquerque.
Em 1928, Candinho - como era chamado -, partiu para Paris agraciado com um prêmio de viagem, maior honraria dispensada pelo sistema de ensino artístico de sua época. Retornou ao Brasil dois anos depois e passou a se relacionar com os modernistas daqui. Em 1936, uma série de pinturas murais foi encomendada ao artista para ser instalada em prédios públicos representando ciclos da economia brasileira.
Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 na cidade de Brodósqui, interior do estado de São Paulo, e morreu em 6 de fevereiro de 1962. Estudou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde foi aluno de importantes artistas, como Rodolfo Amoedo e Lucílio de Albuquerque.
Em 1928, Candinho - como era chamado -, partiu para Paris agraciado com um prêmio de viagem, maior honraria dispensada pelo sistema de ensino artístico de sua época. Retornou ao Brasil dois anos depois e passou a se relacionar com os modernistas daqui. Em 1936, uma série de pinturas murais foi encomendada ao artista para ser instalada em prédios públicos representando ciclos da economia brasileira.
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"Espantalho", de Portinari
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Durante sua carreira artística,
Candido Portinari pintou cerca de 5.000 obras. Suas pinturas seguem diversas
tendências, difíceis de serem rotuladas. Um tema recorrente em seus trabalhos é
o universo infantil, repleto de sonhos e fantasias. Sobre a preferência pelo
tema, escreveu:
"Sabe por que eu pinto
tanta criança em gangorra e balanço?
Para botá-las no ar, feito anjos."
Portinari
Para botá-las no ar, feito anjos."
Portinari
*Texto trabalhado com alunos de 5ª a 8ª séries
Portinari (2)
Expressionismo e fovismo
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Painel de Portinari exposto no
Museu Nacional de Belas Artes,
no Rio de Janeiro |
"Vou pintar aquela gente."
frase de carta que Portinari escreveu em Paris, 1930
A obra de Portinari sofreu forte influência de seus primeiros anos de vida. Sua querida Brodósqui, cidade do interior paulista onde nasceu, seria lembrada em suas pinturas.
Na Fazenda Santa Rosa, onde ele morava, observava os colonos trabalhando na roça, principalmente seus pés, largos, com dedos enormes e fortes. Em 1928, Portinari foi premiado com uma viagem à Europa.
Foi tão longe para se dar conta de que... o que queria pintar estava aqui no Brasil: o povo, as histórias, os lugares. De volta ao Brasil, pintou diversas telas sobre sua infância em Brodósqui. A obra Café, de 1934, com suas tonalidades terrosas, é dessa época. O Brasil é um dos temas mais freqüentes na obra do artista.
Tratando do Brasil, lançou mão de técnicas e influências expressionistas. Ele fez forte crítica social quando pintou os retirantes nordestinos, os meninos pobres e os espantalhos.
Pode-se notar que, no expressionismo, pinta-se com técnica livre e violência dramática, ressaltando sempre a emoção. As cores, assim como as formas e as pinceladas, são exageradas e distorcidas para enfatizar ainda mais as emoções pretendidas pelo artista, deixando de serem naturalistas para se tornarem expressão de sentimentos. O Museu de Arte de São Paulo (MASP) possui em seu acervo obras expressionistas com a temática dos retirantes, importantes na carreira do artista.
Embora Portinari não se prendesse a um único estilo de pintura, influências do fovismo também podem ser vistas em algumas de suas obras. O fovismo é uma manifestação de arte moderna que surgiu na França nas primeiras décadas do século 20.
Por se basearem na exaltação da cor, alguns artistas fovistas foram aclamados como mestres coloristas, tamanho o domínio que possuíam sobre cores e tonalidades. São artistas que produziram obras fauvistas, entre outros: André Derain, Raul Dufy, Kess van Dongen e Henri Matisse (artista por quem Portinari possuía especial apreço).
frase de carta que Portinari escreveu em Paris, 1930
A obra de Portinari sofreu forte influência de seus primeiros anos de vida. Sua querida Brodósqui, cidade do interior paulista onde nasceu, seria lembrada em suas pinturas.
Na Fazenda Santa Rosa, onde ele morava, observava os colonos trabalhando na roça, principalmente seus pés, largos, com dedos enormes e fortes. Em 1928, Portinari foi premiado com uma viagem à Europa.
Foi tão longe para se dar conta de que... o que queria pintar estava aqui no Brasil: o povo, as histórias, os lugares. De volta ao Brasil, pintou diversas telas sobre sua infância em Brodósqui. A obra Café, de 1934, com suas tonalidades terrosas, é dessa época. O Brasil é um dos temas mais freqüentes na obra do artista.
Tratando do Brasil, lançou mão de técnicas e influências expressionistas. Ele fez forte crítica social quando pintou os retirantes nordestinos, os meninos pobres e os espantalhos.
Pode-se notar que, no expressionismo, pinta-se com técnica livre e violência dramática, ressaltando sempre a emoção. As cores, assim como as formas e as pinceladas, são exageradas e distorcidas para enfatizar ainda mais as emoções pretendidas pelo artista, deixando de serem naturalistas para se tornarem expressão de sentimentos. O Museu de Arte de São Paulo (MASP) possui em seu acervo obras expressionistas com a temática dos retirantes, importantes na carreira do artista.
Embora Portinari não se prendesse a um único estilo de pintura, influências do fovismo também podem ser vistas em algumas de suas obras. O fovismo é uma manifestação de arte moderna que surgiu na França nas primeiras décadas do século 20.
Por se basearem na exaltação da cor, alguns artistas fovistas foram aclamados como mestres coloristas, tamanho o domínio que possuíam sobre cores e tonalidades. São artistas que produziram obras fauvistas, entre outros: André Derain, Raul Dufy, Kess van Dongen e Henri Matisse (artista por quem Portinari possuía especial apreço).
Portinari (3)
Cubismo e arte mural
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Painel
de mosaico chamado 'Bandeirantes', instalado no Hotel Comodoro, em SP
|
* Texto trabalhado com alunos da
8ª série
Entre o cafezal e o sonho
o garoto pinta uma estrela dourada...
Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz...
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide...
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari
"A mão", de Carlos Drummond de Andrade
Portinari, inicialmente conhecido como pintor de retratos, realizou muitos painéis e pinturas murais. Parte de sua obra sofreu influência do cubismo e de Pablo Picasso. Essas influências surgiram após Portinari conhecer o quadro cubista Guernica, pintado pelo artista espanhol em 1937.
Desde 1936 Portinari desenvolveu pinturas murais. Naquela época, o governo brasileiro costumava encomendar este tipo de pintura para colocar em prédios públicos. Os temas sociais estavam presentes nos trabalhos muralistas do artista.
Portinari afirmava que "a pintura mural é a mais adequada para a arte social, porque o muro geralmente pertence à coletividade e ao mesmo tempo conta uma história interessando a um maior número de pessoas".
Em 1956, o artista terminou dois grandes painéis murais realizados no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), situado na cidade de Nova Iorque: Guerra e Paz. Nessas obras ele usou poucas cores, linhas retas e formas geométricas, com figuras sobrepostas, sem se preocupar com perspectiva e profundidade, apresentando assim características cubistas.
Entre o cafezal e o sonho
o garoto pinta uma estrela dourada...
Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz...
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide...
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari
"A mão", de Carlos Drummond de Andrade
Portinari, inicialmente conhecido como pintor de retratos, realizou muitos painéis e pinturas murais. Parte de sua obra sofreu influência do cubismo e de Pablo Picasso. Essas influências surgiram após Portinari conhecer o quadro cubista Guernica, pintado pelo artista espanhol em 1937.
Desde 1936 Portinari desenvolveu pinturas murais. Naquela época, o governo brasileiro costumava encomendar este tipo de pintura para colocar em prédios públicos. Os temas sociais estavam presentes nos trabalhos muralistas do artista.
Portinari afirmava que "a pintura mural é a mais adequada para a arte social, porque o muro geralmente pertence à coletividade e ao mesmo tempo conta uma história interessando a um maior número de pessoas".
Em 1956, o artista terminou dois grandes painéis murais realizados no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), situado na cidade de Nova Iorque: Guerra e Paz. Nessas obras ele usou poucas cores, linhas retas e formas geométricas, com figuras sobrepostas, sem se preocupar com perspectiva e profundidade, apresentando assim características cubistas.
MONE
IMPRESSIONISMO
Esse
movimento artístico surgiu na França no século XIX, quebrando o conceito de
pintura da época, trazendo um novo olhar à pintura europeia. Retratava uma nova
visão da natureza, com pinceladas soltas dando destaque à luz e ao movimento
para capturar as variações de cor que a luz do sol provocava na natureza. É por
isso que a maioria das obras impressionistas são alegres e vibrantes. É fácil
identificar pinturas do período impressionista, são pinturas sem contorno
nítido, com manchas, sombras coloridas, não há uso da cor preta, cores puras e
complementares. As pinceladas leves e próximas se misturam dando uma ilusão
óptica, tornando o desenho uniforme. O nome do movimento surgiu devido ao nome
da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet. Este, foi um dos
principais pintores do movimento. Outros artistas que se destacaram no cenário
impressionista foram: Edgar Degas, Paul Cézanne e Pierre Auguste Renoir.

"Impressão,
nascer do sol" 1872 -
Claude Monet
Conheça
todos abaixo: * *Degas:* 1834 - 1917 *Período impressionista* - Degas era
considerado um impressionista, porém não optava pelas cores típicas do
movimento. Mesclava às suas obras inspirações conservadoras com base na
Renascença Italiana e no Realismo Francês. Ficou conhecido por muito pintar
bailarinas. *Obras importantes:* O ensaio, 1873; Prima Ballerina, 1878; Cavalos
de Corrida numa Paisagem, 1894.

"Prima
Ballerina" 1878 -
Degas
*
*Cézanne:* 1839 - 1906 *Período impressionista* - Cézanne desenvolveu um estilo
próprio de pintura leve e aéreo que influenciou muitos pintores
impressionistas. A sua concepção da composição é arquitetônica; segundo as suas
próprias palavras, o seu estilo consiste em ver a natureza segundo as suas
formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. *Obras importantes:* Mont
Sainte-Victoire, 1885; Les joueurs de cartes, 1892; Nature-morte à la pendule
noire, 1869.

"Mont
Sainte-Victoire" 1885 -
Cézanne
*
*Monet:* 1840 - 1926 *Período impressionista* - Monet estava decepcionado com o
tradicionalismo da pintura acadêmica. Junto com alguns colegas, desenvolveu a
técnica de pintar o efeito das luzes com rápidas pinceladas, o que mais tarde
seria conhecido como impressionismo. *Obras importantes:* Lago com nenúfares,
1899; La gare de Saint Lazare, 1877; Impressão, nascer do sol, 1872.

"Lago
com nenúfares" 1899 -
Monet
*
*Renoir:* 1841 - 1919 *Período impressionista* - Renoir se interessava por
retratar o bonito e agradável, sempre deixando os problemas e coisas feias para
o mundo real. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir
realizar uma obra agradável aos olhos. *Obras importantes:* As meninas Cahen
d´Anvers, 1881; O Camarote, 1874; Le Moulin de la Galette, 1876.

"As
meninas Cahen d´Anvers" 1881 - Renoir
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Outro movimento muito interessante que teve suas bases no Impressionismo é o
Pontilhismo. Podemos dizer que o Pontilhismo é a consequência dos ensinamentos
impressionistas, onde as cores deviam ser justapostas e não mescladas, deixando
aos olhos observador a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor,
combinando as diversas cores. Um dos pintores pioneiros no movimento
pontilhista foi Georges-Pierre Seurat. * *Seurat:* 1859 - 1891 *Período
impressionista* - Seurat utilizava a técnica do pontilhismo que deu origem ao
neo-impressionismo e foi extensivamente utilizada na arte do século XX. Pode-se
dizer que a teoria pontilhista foi precursora da televisão e da imagem digital.
*Obras importantes:* O banho em Asnières, 1883; Tarde de domingo na Grande Jatte,
1884; O circo, 1890.

"Tarde
de domingo na Grande Jatte" 1884 - Seurat
Fontes:
http://educacao.uol.com.br
http://educacao.uol.com.br
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