domingo, 13 de maio de 2012

ARTES


Tarsila do Amaral

Pintora é a cara do modernismo brasileiro


Tarsila começou seu aprendizado artístico em São Paulo no ano de 1916 com Pedro Alexandrino e J. Fischer Elpons, seus primeiros mestres em pintura. Em 1920, em Paris, freqüentou a Academia Julian e a escola de Emile Richard.
Tarsila do Amaral Sao Paulo
São Paulo, 1924, óleo s/tela, 67 x 90 cm

Ao retornar a São Paulo em 1922, aproximou-se dos modernistas Oswald e Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Anita Malfatti, com os quais formou o Grupo dos Cinco. Novamente em Paris, estudou com André Lothe, Fernand Léger e Albert Gleizes.

Voltando ao Brasil, viajou com Oswald de Andrade e Blaise Cendrars pelas cidades históricas mineiras. Sua primeira exposição individual foi realizada em Paris, em 1926, mesmo ano em que se casou com Oswald. Em 1929, expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em 1930, foi nomeada diretora-conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo e, no ano seguinte, expõe no Museu de Arte Ocidental de Moscou. A produção da artista vai diminuindo a partir de 1950, quando é realizada uma grande retrospectiva sua no Museu de Arte Moderna (MAM-SP).

Mesmo sem ter participado da Semana de Arte Moderna de 1922, Tarsila tornou-se um símbolo do modernismo brasileiro. Suas obras são comumente classificadas em três períodos distintos:
·  Fase "pau-brasil"
É também título de um manifesto publicado, em 1924, por Oswald de Andrade. Nessa fase, existem afinidades de estilo com a pintura de Fernand Léger, de quem Tarsila foi aluna. Porém não se trata de captar a vida moderna nem o fascínio da sociedade industrial, como seu antigo mestre. O que Tarsila pretendia era descobrir e resgatar raízes brasileiras quer pelo tema, quer pelo colorido.
·  Fase "Antropofágica"
O título dessa fase também foi adotado por analogia com outro manifesto de Oswald de Andrade. A fase começa em 1928, com a famosa tela "Abaporu". Esses quadros se caracterizavam pelo exagero das formas anatômicas e por um certo toque surrealista, sem perder de vista a questão da identidade nacional.


Folha Imagem
Abaporu, 1928, óleo s/ tela, 85 x 73 cm

·  Pintura social
A terceira fase é posterior a uma viagem de Tarsila à União Soviética e a mostra preocupada em abordar temas sociais como o trabalho, a pobreza e a injustiça social. O engajamento político se traduz, também, por uma pintura mais direta, talvez estilisticamente menos moderna, mas sempre inventiva.


Folha Imagem
Segunda Classe, 1933, óleo sobre tela, 110 x 151 cm

Modernismo
O movimento modernista se baseou na idéia de que as formas da arte acadêmica e da vida cotidiana haviam se tornado ultrapassados e que se fazia necessário criar uma nova forma de arte que rompesse com as regras tradicionais.

No Brasil, o modernismo tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna de 1922. O evento, que foi organizado por artistas e intelectuais por ocasião do Centenário da Independência, declarou o rompimento com o tradicionalismo cultural na literatura (parnasianismo e simbolismo) e nas artes (arte acadêmica), defendendo um novo ponto de vista estético.

Valéria Peixoto de Alencar* é historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de Artes da Unesp.


Portinari (1)

Um dos mais importantes pintores brasileiros


Folha Imagem
Tela de Portinari, intitulada 'Colona Sentada', da coleção Mário de Andrade, em SP

Um dos pintores brasileiros mais festejados do século 20, Portinari foi o artista que conseguiu retratar questões sociais sem desagradar ao governo, aproximar-se da arte moderna européia sem perder a admiração do grande público.

Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903 na cidade de Brodósqui, interior do estado de São Paulo, e morreu em 6 de fevereiro de 1962. Estudou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde foi aluno de importantes artistas, como Rodolfo Amoedo e Lucílio de Albuquerque.

Em 1928, Candinho - como era chamado -, partiu para Paris agraciado com um prêmio de viagem, maior honraria dispensada pelo sistema de ensino artístico de sua época. Retornou ao Brasil dois anos depois e passou a se relacionar com os modernistas daqui. Em 1936, uma série de pinturas murais foi encomendada ao artista para ser instalada em prédios públicos representando ciclos da economia brasileira.
Reprodução
"Espantalho", de Portinari
Portinari imprimia em suas obras uma série de características que o aproximam ora do cubismo, ora do surrealismo, ora dos pintores muralistas mexicanos, sem nunca se distanciar da arte figurativa e das tradições da pintura. Também é evidente sua influência expressionista. O resultado é uma arte de características modernas e, ao mesmo tempo, agradável aos olhos do grande público.
Durante sua carreira artística, Candido Portinari pintou cerca de 5.000 obras. Suas pinturas seguem diversas tendências, difíceis de serem rotuladas. Um tema recorrente em seus trabalhos é o universo infantil, repleto de sonhos e fantasias. Sobre a preferência pelo tema, escreveu:

"Sabe por que eu pinto tanta criança em gangorra e balanço?
Para botá-las no ar, feito anjos."
                                                                                                      Portinari



*Texto trabalhado com alunos de 5ª a 8ª séries


Portinari (2)

Expressionismo e fovismo


Folha Imagem
Painel de Portinari exposto no Museu Nacional de Belas Artes,
no Rio de Janeiro
"Vou pintar aquela gente."
frase de carta que Portinari escreveu em Paris, 1930

A obra de Portinari sofreu forte influência de seus primeiros anos de vida. Sua querida Brodósqui, cidade do interior paulista onde nasceu, seria lembrada em suas pinturas.

Na Fazenda Santa Rosa, onde ele morava, observava os colonos trabalhando na roça, principalmente seus pés, largos, com dedos enormes e fortes. Em 1928, Portinari foi premiado com uma viagem à Europa.

Foi tão longe para se dar conta de que... o que queria pintar estava aqui no Brasil: o povo, as histórias, os lugares. De volta ao Brasil, pintou diversas telas sobre sua infância em Brodósqui. A obra Café, de 1934, com suas tonalidades terrosas, é dessa época. O Brasil é um dos temas mais freqüentes na obra do artista.

Tratando do Brasil, lançou mão de técnicas e influências expressionistas. Ele fez forte crítica social quando pintou os retirantes nordestinos, os meninos pobres e os espantalhos.

Pode-se notar que, no expressionismo, pinta-se com técnica livre e violência dramática, ressaltando sempre a emoção. As cores, assim como as formas e as pinceladas, são exageradas e distorcidas para enfatizar ainda mais as emoções pretendidas pelo artista, deixando de serem naturalistas para se tornarem expressão de sentimentos. O Museu de Arte de São Paulo (MASP) possui em seu acervo obras expressionistas com a temática dos retirantes, importantes na carreira do artista.

Embora Portinari não se prendesse a um único estilo de pintura, influências do fovismo também podem ser vistas em algumas de suas obras. O fovismo é uma manifestação de arte moderna que surgiu na França nas primeiras décadas do século 20.

Por se basearem na exaltação da cor, alguns artistas fovistas foram aclamados como mestres coloristas, tamanho o domínio que possuíam sobre cores e tonalidades. São artistas que produziram obras fauvistas, entre outros: André Derain, Raul Dufy, Kess van Dongen e Henri Matisse (artista por quem Portinari possuía especial apreço).

Portinari (3)

Cubismo e arte mural

Folha Iamgem
Painel de mosaico chamado 'Bandeirantes', instalado no Hotel Comodoro, em SP

* Texto trabalhado com alunos da 8ª série

Entre o cafezal e o sonho
o garoto pinta uma estrela dourada...

Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz...
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide...

a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari

"A mão", de Carlos Drummond de Andrade

Portinari, inicialmente conhecido como pintor de retratos, realizou muitos painéis e pinturas murais. Parte de sua obra sofreu influência do cubismo e de Pablo Picasso. Essas influências surgiram após Portinari conhecer o quadro cubista Guernica, pintado pelo artista espanhol em 1937.

Desde 1936 Portinari desenvolveu pinturas murais. Naquela época, o governo brasileiro costumava encomendar este tipo de pintura para colocar em prédios públicos. Os temas sociais estavam presentes nos trabalhos muralistas do artista.

Portinari afirmava que "a pintura mural é a mais adequada para a arte social, porque o muro geralmente pertence à coletividade e ao mesmo tempo conta uma história interessando a um maior número de pessoas".

Em 1956, o artista terminou dois grandes painéis murais realizados no prédio da Organização das Nações Unidas (ONU), situado na cidade de Nova Iorque: Guerra e Paz. Nessas obras ele usou poucas cores, linhas retas e formas geométricas, com figuras sobrepostas, sem se preocupar com perspectiva e profundidade, apresentando assim características cubistas.




MONE
IMPRESSIONISMO


Esse movimento artístico surgiu na França no século XIX, quebrando o conceito de pintura da época, trazendo um novo olhar à pintura europeia. Retratava uma nova visão da natureza, com pinceladas soltas dando destaque à luz e ao movimento para capturar as variações de cor que a luz do sol provocava na natureza. É por isso que a maioria das obras impressionistas são alegres e vibrantes. É fácil identificar pinturas do período impressionista, são pinturas sem contorno nítido, com manchas, sombras coloridas, não há uso da cor preta, cores puras e complementares. As pinceladas leves e próximas se misturam dando uma ilusão óptica, tornando o desenho uniforme. O nome do movimento surgiu devido ao nome da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet. Este, foi um dos principais pintores do movimento. Outros artistas que se destacaram no cenário impressionista foram: Edgar Degas, Paul Cézanne e Pierre Auguste Renoir.
Monet - Impression-Soleil-Levant
"Impressão, nascer do sol" 1872 - Claude Monet

Conheça todos abaixo: * *Degas:* 1834 - 1917 *Período impressionista* - Degas era considerado um impressionista, porém não optava pelas cores típicas do movimento. Mesclava às suas obras inspirações conservadoras com base na Renascença Italiana e no Realismo Francês. Ficou conhecido por muito pintar bailarinas. *Obras importantes:* O ensaio, 1873; Prima Ballerina, 1878; Cavalos de Corrida numa Paisagem, 1894.

Prima Bellerina, 1878
"Prima Ballerina" 1878 - Degas

* *Cézanne:* 1839 - 1906 *Período impressionista* - Cézanne desenvolveu um estilo próprio de pintura leve e aéreo que influenciou muitos pintores impressionistas. A sua concepção da composição é arquitetônica; segundo as suas próprias palavras, o seu estilo consiste em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. *Obras importantes:* Mont Sainte-Victoire, 1885; Les joueurs de cartes, 1892; Nature-morte à la pendule noire, 1869.

Mont Sainte-Victoire, 1885
"Mont Sainte-Victoire" 1885 - Cézanne

* *Monet:* 1840 - 1926 *Período impressionista* - Monet estava decepcionado com o tradicionalismo da pintura acadêmica. Junto com alguns colegas, desenvolveu a técnica de pintar o efeito das luzes com rápidas pinceladas, o que mais tarde seria conhecido como impressionismo. *Obras importantes:* Lago com nenúfares, 1899; La gare de Saint Lazare, 1877; Impressão, nascer do sol, 1872.

Lago com nenúfares, 1899
"Lago com nenúfares" 1899 - Monet

* *Renoir:* 1841 - 1919 *Período impressionista* - Renoir se interessava por retratar o bonito e agradável, sempre deixando os problemas e coisas feias para o mundo real. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. *Obras importantes:* As meninas Cahen d´Anvers, 1881; O Camarote, 1874; Le Moulin de la Galette, 1876.

As meninas Cahen d´Anvers, 1881
"As meninas Cahen d´Anvers" 1881 - Renoir

---- Outro movimento muito interessante que teve suas bases no Impressionismo é o Pontilhismo. Podemos dizer que o Pontilhismo é a consequência dos ensinamentos impressionistas, onde as cores deviam ser justapostas e não mescladas, deixando aos olhos observador a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas cores. Um dos pintores pioneiros no movimento pontilhista foi Georges-Pierre Seurat. * *Seurat:* 1859 - 1891 *Período impressionista* - Seurat utilizava a técnica do pontilhismo que deu origem ao neo-impressionismo e foi extensivamente utilizada na arte do século XX. Pode-se dizer que a teoria pontilhista foi precursora da televisão e da imagem digital. *Obras importantes:* O banho em Asnières, 1883; Tarde de domingo na Grande Jatte, 1884; O circo, 1890.

Tarde de domingo na Grande Jatte, 1884
"Tarde de domingo na Grande Jatte" 1884 - Seurat

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